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Consultas de rotina

Dia 11 tenho a primeira consulta de acompanhamento. Já sei que vou fazer um raio-x em diferentes posições, nomeadamente a olhar para o teto e para chão, para ver como é que a fratura está e se já recuperei a amplitude dos movimentos. Sei que a resposta a esta última é negativa. Ainda tenho alguma dificuldade em olhar sobre o ombro direito (para não dizer impossibilidade) porque me dói. Curiosamente não estou minimamente ansiosa com a consulta, acho que já estou imune! Dia 11 se me lembrar dou notícias :)

Fisioterapia #2

Sabemos que a nossa vida está a voltar ao normal quando as resoluções que fizemos começam a ficar para trás. Prometi a mim mesma que ia investir a sério na fisioterapia porque, de facto, as melhorias que sentia eram evidentes. Bastou ter duas semanas mais agitadas no trabalho para deitar por terra essa resolução. A verdade é que tirando algum desconforto muscular ao fim do dia e quando faz mais frio sinto-me quase como nova. Já faço praticamente tudo o que fazia antes do acidente, exceto pegar em coisas muito pesadas. E, confesso, "aproveito-me" da minha condição para não ter que fazer coisas que não aprecio como limpezas e assim ( se o meu namorado lê isto estou tramada ).

Voltar a conduzir

Pois bem, parece que está mesmo tudo a voltar ao normal. Se nas primeiras semanas ainda beneficiei de boleia, isso agora acabou e já estou de volta à estrada. Tem sido uma adaptação a dois níveis: primeiro, troquei de carro para um duas vezes maior que o meu adorado C1; em segundo, voltar a pisar uma estrada tem sido estranho. A adaptação ao carro está a correr bem e o facto de ter sensores em todo o lado ajuda bastante. A adaptação à estrada ainda demora o seu tempo. Para começar, recuso-me a passar no sítio do acidente sozinha. A estrada é muito estreita e este carro é muito maior e, além disso, faz-me muita confusão passar naquele local, é inevitável lembrar-me do que aconteceu. Por outro lado, andar na auto-estrada faz-me muita confusão. Se antes já achava isso agora tenho a certeza: as pessoas não têm a mínima noção do quão perigoso pode ser andar em excesso de velocidade. Na auto-estrada vou sempre na faixa da direita (como aliás manda o Código da Estrada) e a uma velocid

Fisioterapia #1

Apesar de não ter sido algo que o médico tenha dito ser absolutamente necessário, resolvi fazer umas sessões de fisioterapia para acelerar a recuperação e ter garantias de que a mesma corre pelo melhor. Assim, já fiz 5 sessões com um fisioterapeuta com provas dadas (ajudou o meu irmão na recuperação após um fémur fraturado - acidente ocorrido no dia 30.10.2016, exatamente dois anos antes do meu acidente - e em menos de 5 meses ele já corria!) e a recuperação é fantástica. Tenho feito, sobretudo, massagens nas costas (que estão repletas de contraturas!) e alongamentos no pescoço. A evolução é incrível! A minha amplitude de movimentos melhorou imenso e já estou quase normal. Nas duas ultimas sessões fiz alongamentos na bola de pilates e isso sim foi para esquecer. Provoca-me imensas dores na zona dos trapézios. Tirando isso não dispenso os meus demorados banhos de água quente e o meu saquinho de sementes aquecido. Quando chego a casa - e porque depois de jantar ainda tenho que tra

Adeus SOMI

TIREI O COLETEEEE!!! Adeus SOMI, até nunca! Finalmente, às 10 semanas de tratamento, vejo-me livre daquela que foi a pior experiência da minha vida. Retirar o colete foi quase tão assustador como utilizá-lo. A cabeça parecia pesar toneladas e a sensação de que me ia cair era muito grande. Ainda tenho os movimentos presos mas é tudo normal. A fratura ainda está visível e pelo que percebi da explicação médica assim vai continuar durante alguns tempos. Porém, a estabilidade da fratura (observável através dos raios-X que realizei a olhar para o teto e para o chão) evidencia a formação do calo ósseo. As recomendações para daqui para a frente são as que se aplicam à generalidade das pessoas: ter muito cuidado para não cair e não sofrer acidentes. De resto, posso começar a viver a minha vida com normalidade e trabalhar os músculos que estão muito adormecidos e preguiçosos. Vou fazer algumas sessões de fisioterapia, sobretudo para me ajudar a relaxar os músculos e a voltar mais dep

Olá 2019!

Não vos vou mentir: a passagem para o novo ano foi terrível. Tinha em mim a ideia tonta que soavam as 12 badaladas e os meus problemas desapareciam por completo. Sempre encarei as passagens de ano como algo verdadeiramente importante. É como se o livro da vida entrasse num novo capítulo todo em branco para ser por nós preenchido. O ano de 2018 teve coisas fantásticas.  Terminei o 1.º ciclo de formação no CEJ com uma excelente classificação. Iniciei os preparativos do meu casamento. Viajei pela primeira vez para fora do continente europeu. E tantas outras coisas que alegraram os meus dias. Porém, quis o destino que o ano de 2018 acabasse da pior forma possível. Como sabem, tenho questionado muito a ocorrência desse evento na minha vida. Isso tem posto à prova a minha relação com o meu namorado e com os meus pais, o meu emprego e, pior que tudo, as minhas ideias em relação à vida e ao que fazemos por aqui. Tem-me feito questionar algo que eu achava não existir: a fé. E acred
Já estou a usar o SOMI há 7 semanas. Já não lavo o cabelo há 8 semanas. Estes 2 meses têm sido uma montanha-russa de sentimentos e, sobretudo, de aprendizagem. É engraçado como me sinto bem, saudável e capaz de viver o dia-a-dia mesmo sabendo que tenho uma fratura no pescoço. Sinto, sobretudo, um grande cansaço psicológico. Não está a ser nada fácil lidar com isto e com as limitações que me são impostas. Todos os dias olho para a minha vida e, apesar de agradecer o milagre que é eu ainda estar por cá, não posso deixar de pensar que estes meses me estão a passar por entre os dedos. Tenho um casamento para organizar e não consigo fazer nada porque não consigo pensar que vou estar recuperada. Tenho uma formação para terminar e estou aterrorizada. O esforço intelectual que implica às vezes parece-me demasiado para as limitações físicas que tenho (ainda que sejam muito diminutas). Tenho saudades de fazer coisas tão simples como dormir de lado, aninhar-me no sofá, dormir de barrig