Lidar com as limitações no dia-a-dia

Ainda que, felizmente, seja por um período de tempo limitado, a verdade é que neste momento lido diariamente com a minha incapacidade para realizar as mais elementares tarefas.
Estar nesta situação tem me feito perceber que - usando um título de um filme - este país não é para pessoas incapacitadas.

Por um lado as pessoas não sabem lidar com a diferença. É incrível como a curiosidade torna as pessoas tão desagradáveis e descaradas. É impossível ir a um local público e não me sentir observada ao pormenor. 
Para além disso, e mesmo com este "aparato" todo, as pessoas não alteram em nada os seus comportamentos por forma a facilitar a vida a quem tem mobilidade reduzida. Quem me conhece sabe que sempre fui acérrima defensora da existência de prioridade para pessoas efetivamente dela carecidas (por deficiência física, mobilidade reduzida ou gravidez) e agora, nesta situação, apercebo-me que a generalidade das pessoas não tem o mínimo de respeito pelo próximo.

Por outro lado, as infraestruturas não estão preparadas para pessoas com mobilidade reduzida, seja ela de que ordem for.
As estradas têm um pavimento péssimo (veja-se, aliás, que o meu acidente a isso se deve), as lombas são colocadas em qualquer sítio, sem qualquer critério e com uma altura exagerada, enfim.

Não tem sido fácil adaptar-me a esta situação...

Mas, se tenho que encontrar algo de positivo nisto que me aconteceu, então será certamente a minha consciencialização para os reais problemas sentidos por pessoas que são incapazes todos os dias da sua vida.

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